É preciso perdoar, Alcivando Luz e Carlos Coqueijo

18 06 2011

Ah, madrugada já rompeu
Você vai me abandonar
Eu sinto que o perdão você não mereceu
Eu quis a ilusão agora a dor sou eu
Pobre de quem não entendeu
Que a beleza de amar é se dar
E só querendo mentir nunca soube o que é perder pra encontrar
Eu sei… que é preciso perdoar
Foi você quem me ensinou que um homem como eu
Que tem por que chorar
Só sabe o que é sofrer se o pranto se acabar

 

 

 





Invasões Bárbaras

25 05 2011

Em seus últimos instantes de vida, Rémy, reune os amigos e familiares para, com a lucidez que ainda possui, lhes dizer:

“Foi um prazer viver na companhia de vocês, queridos amigos.  É o sorriso de vocês que levo comigo.”

Então, ao final do filme, toca uma linda canção chamada L’amitie, de Jean-Max Rivière, cantada por Françoise Hardy. E os primeiros versos dizem:

Beaucoup de mes amis sont venus des nuages
Avec soleil et pluie comme simples bagages
Ils ont fait la saison des amitiés sincères
La plus belle saison des quatre de la terre





Milonga de Manuel Flores, Jorge Luis Borges

21 05 2011

Y sin embargo me duele
decirle adiós a la vida,
esa cosa tan de siempre,
tan dulce y tan conocida.





délibáb

21 05 2011

A arte de um escritor ou poeta e de um compositor musical difere, entre outras coisas, pelo fato de que a prosa e a poesia normalmente são lidas em momentos solitários e silenciosos, enquanto a composição musical só terá sentido se for cantada. Assim sendo, considero que o músico leva vantagem ao ter um contato direto com seus admiradores durante a transmissão de sua arte, enquanto os escritores nem sempre tem esta oportunidade.
Porém, no seu espetáculo délibáb, Vitor Ramil traz para o público um pouco destas duas artes ao musicar poemas de João da Cunha Vargas, além de cantar milongas de Jorge Luis Borges. É uma rara oportunidade de ver obras poéticas declamadas como canções. No show, Vitor Ramil funde música e poesia de uma forma tão natural e límpida e com uma intensidade tão autêntica que nada resta aos ouvintes senão permanecer com olhos e ouvidos vidrados em sua verdadeira alquimia sonora.
Lucas De Nardi
PS: vale ressaltar que seu colega de palco, o violonista Carlos Moscardini, é uma atração à parte.





Deixando o Pago, João da Cunha Vargas

21 05 2011

Alcei a perna no pingo
E saí sem rumo certo
Olhei o pampa deserto
E o céu fincado no chão
Troquei as rédeas de mão
Mudei o pala de braço
E vi a lua no espaço
Clareando todo o rincão

E a trotezito no mais
Fui aumentando a distância
Deixar o rancho da infância
Coberto pela neblina
Nunca pensei que minha sina
Fosse andar longe do pago
E trago na boca o amargo
Dum doce beijo de china

Sempre gostei da morena
É a minha cor predileta
Da carreira em cancha reta
Dum truco numa carona
Dum churrasco de mamona
Na sombra do arvoredo
Onde se oculta o segredo
Num teclado de cordeona

Cruzo a última cancela
Do campo pro corredor
E sinto um perfume de flor
Que brotou na primavera.
À noite, linda que era,
Banhada pelo luar
Tive ganas de chorar
Ao ver meu rancho tapera

Como é linda a liberdade
Sobre o lombo do cavalo
E ouvir o canto do galo
Anunciando a madrugada
Dormir na beira da estrada
Num sono largo e sereno
E ver que o mundo é pequeno
E que a vida não vale nada

O pingo tranqueava largo
Na direção de um bolicho
Onde se ouvia o cochicho
De uma cordeona acordada
Era linda a madrugada
A estrela d’alva saía
No rastro das três marias
Na volta grande da estrada

Era um baile, um casamento
Quem sabe algum batizado
Eu não era convidado
Mas tava ali de cruzada
Bolicho em beira de estrada
Sempre tem um índio vago
Cachaça pra tomar um trago
Carpeta pra uma carteada

Falam muito no destino
Até nem sei se acredito
Eu fui criado solito
Mas sempre bem prevenido
Índio do queixo torcido
Que se amansou na experiência
Eu vou voltar pra querência
Lugar onde fui parido





Tá fazendo um ano e meio, amor…

15 05 2011

Tá fazendo um ano e meio, amor
Que o nosso lar desmoronou
Meu sabiá, meu violão
E uma cruel desilusão
Foi tudo que ficou
Ficou
Pra machucar meu coração
Quem sabe, não foi bem melhor assim
Melhor pra você e melhor pra mim
O mundo é uma escola
Onde a gente precisa aprender
A ciência de viver pra não sofrer

Pra machucar meu coração, Ary Barroso





My Dearest Friend, Devendra Banhart

7 05 2011

I’m gonna die of loneliness, I know
I’m gonna die of loneliness, for sure

I’m gonna die of loneliness, I know
I’m gonna die of loneliness, for sure

My dearest friend
You’ll soon begin to love again
To love again

I’m gonna die of loneliness, I know
I’m gonna die of loneliness, for sure

I’m gonna die of loneliness, I know
I’m gonna die of loneliness, for sure

My dearest friend
You’ll soon begin to love again
To love again





Desire, José James

17 04 2011

she appeared in the distance

like a prayer I had uttered once

she appeared in my life

like a dream only half remembered

she entered my heart

+ stayed awhile

she entered my heart

stayed awhile

made me to smile

then gone

gone from my life / yeah

2

her love was like a burning

flame of desire / desire

baby just set my body free

make me free to love

make me free to know

how it feels / to be loved

how it feels / to be loved

in return

some things you just gotta learn on your own

you gotta feel loves burn

3

I awoke from a nightmare

the only survivor left who felt

love

planet spinning madly and I

the only one to see it fall

through time

time to heal all wounds but mine

no one but myself to love…

4

but then I awoke to your touch

you said

baby everything’s gonna be alright

everything’s gonna be alright

everything’s gonna be alright

josejamesmusic.com





As Rosas não falam, Cartola

12 03 2011

Bate outra vez
Com esperanças o meu coração
Pois já vai terminando o verão,
Enfim

Volto ao jardim
Com a certeza que devo chorar
Pois bem sei que não queres voltar
Para mim

Queixo-me às rosas,
Mas que bobagem
As rosas não falam
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti, ai

Devias vir
Para ver os meus olhos tristonhos
E, quem sabe, sonhavas meus sonhos
Por fim





Eu não tenho tempo, Zeca Baleiro

7 03 2011

Eu não tenho tempo
Eu não sei voar
Dias passam como nuvens
Em brancas nuvens
Eu não vou passar

Eu não tenho medo
Eu não tenho tempo
Eu não sei voar

Eu tenho um sapato
Eu tenho um sapato branco
Eu tenho um cavalo
Eu tenho um cavalo branco
E um riso, um riso amarelo

Eu não tenho medo
Eu não tenho tempo
De me ouvir cantar
Eu não tenho medo
Eu não tenho tempo
De me ver chorar

Eu não tenho medo
Eu não tenho tempo
Eu não sei voar