Ela, então, passou a mão no meu olhar e o tirou para dançar. Mas eu não me movia, porque meus olhos não viam mais nada. E se fez impossível sair do lugar.
Ela não dançava para aparecer mais que qualquer outra, ela não dançava seduzindo a mim, ela não dançava apenas. Ela dançava sabendo que só ela existia para quem a visse, dançava ciente que o mundo um dia acabaria, mas agora o mundo era ela e era todo seu. Ela dançava e seu corpo não precisava de música porque seus desejos a embalavam. Ela dançava de forma louca… de forma linda… ela dançava… e nada mais se movia em mim, senão a ânsia do seu corpo no meu, numa outra dança…
T. Conthey